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Ciberataques e a questão da Ucrânia: conflito com a Rússia será primeiro grande exemplo de guerra híbrida

Digi & Tal, Por George Soares, Jornalista

Em 26/02/2022 às 23:33:56

Além da ofensiva militar russa, a Ucrânia foi atingida por um ataque cibernético “massivo”, com os sites de vários departamentos governamentais derrubados, incluindo o Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Justiça e o Ministério da Educação.

Até o momento, nenhum grupo assumiu os ataques. Autoridades, contudo, disseram que era muito cedo para tirar conclusões, mas apontaram para um “longo histórico” de ataques cibernéticos russos contra a Ucrânia. Essa última ofensiva digital ocorre justamente após as negociações de segurança entre Moscou e os EUA e seus aliados terminaram em um impasse.

Os hackers deixaram uma mensagem no site do Ministério das Relações Exteriores. Dizia: “Ucranianos! … Todas as informações sobre você se tornaram públicas. Tenha medo e espere o pior. É o seu passado, presente e futuro”. Todos os ataques foram do tipo DDoS, ou seja, de negação de serviços. Essa manobra basicamente simula o acesso de milhões de computadores ou usuários em um mesmo site, fazendo com que ele acabe saindo do ar.

A mensagem reproduzia a bandeira ucraniana, o mapa do país riscado e menciona o exército insurgente ucraniano, ou UPA, que lutou contra a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial. Havia também uma referência a “terras históricas”.

O “contra-ataque” veio. O site oficial do governo russo também ficou fora do ar. Além disso, o grupo Anonymous declarou uma “guerra cibernética” contra o governo do presidente russo, Vladimir Putin. O objetivo do coletivo, segundo a mídia internacional, é desativar vários sites do governo russo. A RT.com, uma rede de televisão internacional controlada pelo Estado russo, também foi alvo deles.

Esse embróglio nos mostra que os conflitos diplomáticos, a partir de agora, também irão se travar no ambiente digital. Ciberataques à indústrias e serviços básicos serão cada vez mais frequentes. Na questão da Ucrânia, serviços básicos como fornecimento de energia elétrica e aquecimento (lá é um dos países mais frios do mundo), telefonia e Internet podem sofrer grandes interrupções devido a esses ataques. O que, claro, afetaria de forma prejudicial não apenas ao poder público, mas a população em geral.

Os ataques do tipo phishing contra autoridades públicas e infraestrutura crítica, o uso de vírus ou programas maliciosos, assim como as tentativas de invadir redes públicas e privadas, e a realização de outras ações destrutivas irão se intensificar nos próximos dias e têm todas as características de serem as protagonistas desse conflito. Não custa nada lembrar ao nobre leitor que a Rússia tem uma grande capacidade e eficácia no que tange ao digital. Basta nos recodarmos da influência deste país nas eleições norte-americanas, em 2016. O governo americano acusa a Rússia de hackear o sistema elétrico americano com um malware que poderia ter sabotado o processo eleitoral.

Em uma sociedade cada vez mais conectada, aqueles que detiverem o poder e controle sobre o acesso às informações ou o ciberespaço, terão um passo à frente.


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